segunda-feira, junho 18, 2007

Manuel Monteiro no Sr. de Matosinhos

No passado dia 25 de Maio, o presidente da Nova Democracia visitou as festas da nossa cidade. Acompanhei-o nessa visita juntamente com os meus colegas das Novas Gerações.

Com a devida vénia ao O Primeiro de Janeiro

Uma vez mais, verifiquei que o povo português não esqueceu a força com que Manuel Monteiro sempre defendeu os costumes locais e as festas populares. Foi cumprimentado e até abraçado por vários feirantes.

O presidente do meu partido continua a defender o comércio local e as actividades tradicionais. Continua a defender um Norte forte. Desenganem-se aqueles que julgam que o CDS-PP, partido do qual já fez parte, continua a defender tais valores. Quem os defendia nesta força partidária eram homens e mulheres que hoje não são do CDS, mas sim da Nova Democracia.

Manuel Monteiro fundou um novo partido. Trouxe para o PND os valores que defendeu durante toda a vida. E trouxe-os no verdadeiro sentido da palavra trazer. Ao fazê-lo, esvaziou o sentido de um partido que definiu como objectivo o poder pelo poder. Foi nisto que o PP se transformou, uma plataforma de fácil acesso ao Governo português.

Durante a visita ao Senhor de Matosinhos, Monteiro referiu aos jornalistas que o concelho tem perdido peso político e económico, assim como todo o distrito. Afirmou que o Porto de Leixões tem importância histórica para o País e deveria continuar a ter.

Estas palavras vêm mais uma vez demonstrar que Matosinhos está a tornar-se num simples dormitório. É urgente inverter esta tendência.

O presidente da Nova Democracia apelou à continuidade das festas da cidade dizendo que os mais velhos devem transmitir às novas gerações a mística própria do Senhor de Matosinhos. Concordo plenamente com esta afirmação, mas as dúvidas surgem.

Como é que algo nos vai ser transmitido quando os pescadores, homens e mulheres historicamente ligados a esta festa, perdem dia após dia a possibilidade de continuar a pescar? Será que vamos ter que desvirtuar o sentido da nossa romaria para a adaptar aos novos tempos? Infelizmente parece que sim…

A festa do Senhor de Matosinhos será sempre um sucesso, pois atrai gente de todo o distrito, mas o seu sentido, mais tarde ou mais cedo, deixará de ser o mesmo. Não faltará muito para vermos o mar do nosso concelho esvaziado de qualquer actividade piscatória…

A culpa deste estado de coisas pertence aos mesmos de sempre: aqueles que entregaram o nosso mar a Bruxelas. Já não controlamos o nosso mar nem o peixe que vendemos.

Nós temos que respeitar as mais rigorosas regras comunitárias, mas aqueles que todos os dias invadem a nossa lota com peixe, já não têm qualquer tipo de controlo. Os pescadores sabem do que falo…

Polémicas à parte, felicito todos os que participaram na grande romaria do Senhor de Matosinhos e fizeram dela a festa magnífica que sempre foi. Que Ele nos continue a iluminar.

Diogo Tomás

Membro do Partido da Nova Democracia/Leça da Palmeira

3 Comments:

At quarta-feira, junho 20, 2007 9:20:00 da tarde, Blogger Jet said...

"Como é que algo nos vai ser transmitido quando os pescadores, homens e mulheres historicamente ligados a esta festa, perdem dia após dia a possibilidade de continuar a pescar? Será que vamos ter que desvirtuar o sentido da nossa romaria para a adaptar aos novos tempos? Infelizmente parece que sim…"

A questão é mais quem quer aprender? A nova juventude não perde tempo em aprender a fazer renda ou algo do genero porque na realidade isso já se arranja tudo feito, e se for apenas por diversão.. bem, estamos no sec. XXI, a diversão rapida vai-se buscar aos meios tecnologicos ao nosso dispor, jogos, net e mesmo televisão.
A meu ver, cada vez menos existe interesse nas coisas tradicionais e rudimentares.

 
At quarta-feira, junho 20, 2007 10:06:00 da tarde, Blogger Diogo Tomás said...

O que é certo é que o Sr. de Matosinhos está sempre cheio de jovens.
Também conseguimos encontrar alguns jovens que optam por seguir os trabalhos ditos tradicionais. São poucos, mas existem.
Concordo contigo de uma certa forma. Realmente não devemos perder tempo com coisas que hoje perderam o significado e já nada de bom podem trazem. contudo, Portugal perde muito se os seus jovens não beberem nas raízes. Muito do que é tradicional pode ser a resposta para o futuro. Na nossa terra encontramos coisas diferentes e é nesta diferença que podemos vencer num mundo cada vez mais feroz.
Se nos limitamos a tentar copiar o que vem de fora, estamos condenados ao fracasso.
A pesca é uma actividade tradicional que se foi modernizando. O problema é que os nossos pescadores não têm qualquer hipótese face aos ferozes do mundo. E isto porque há concorrência desleal.
O desemprego é um abismo que tememos. Será que a aposta no que é verdadeiramente português pode ser a salvação?
O nosso país já foi muit grande. Os tempos são outros e nós não acompanhamos. Portugal pode vencer. Só temos que acreditar.

 
At segunda-feira, janeiro 14, 2008 12:58:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Há algo de tradicinal em Portugal, o cânhamo e a cannabis, mais de 500 anos de história ligda a essa planta que permitiu as velas e as cordas para as descobertas...
Já ninguém se lembra de todas as potencialidades dessa planta. Venha daí o tradicional, vamos de facto mudar Portugal com base no que é verdadeiramente tradicinal.
Já agora a nossa igreja tradicionalmente não lambe as botas ao Vaticano. Passou a faze-lo desde o domínio filipino e desde que deixamos de ser o país "muito à frente" socialmente, que eramos e já não somos.

 

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