Não é a Vida?

Está provado cientificamente que a vida existe desde a concepção. Apesar do momento em que o espermatozóide fecunda o óvulo ser um mistério por desvendar, já não o é afirmar que existe vida a partir dessa fecundação. É científico. Não é uma teoria da esquerda ou da direita, do sim ou do não.
Parto do princípio que qualquer mentalidade moderna aceita as descobertas da ciência. Assim sendo, defender o aborto é defender a morte, mesmo que os órgãos vitais ainda não estejam constituídos, pois um óvulo fecundado não poderá vir a ser mais nada que não uma vida. Perante isto é científico que o sim defende a morte. Não há volta a dar-lhe.
Quero, também com este facto, criticar a forma como todos, do sim e do não, argumentam sobre este assunto. Os argumentos usados são múltiplos. O dinheiro que se gastará com o aborto e a baixa natalidade, por parte do não, e a (falsa) dignidade da mulher mais a sua penalização, por parte do sim. Outros argumentos são usados, mas penso que estes são os mais relevantes.
Tanto o sim como o não, argumentam como podem, mas na maior parte das vezes esquecem o essencial: a Vida. Se assim não fosse, era escusado falar de dinheiro ou de direito penal. Bastava afirmar o princípio científico que a vida existe desde a concepção. Porque este princípio é por si só suficiente para consciencializar qualquer mente humana e moderna que dia 11 deve votar não.
Perante a vida não faz sentido ser contra o aborto porque com ele se gastará dinheiro.Perante a vida não faz sentido ser a favor do aborto por não ser conveniente para a mulher ter um filho num determinado momento.É no mínimo cruel usar o Ser Humano desta forma.
Ainda na continuidade dos factos científicos. É para mim interessante verificar que aqueles que dizem que os partidos de direita, na sua maioria contra o aborto, são retrógrados e não aceitam a evolução da sociedade, neste capítulo do referendo são eles próprios que contrariam evidências científicas e modernas. Chegamos à conclusão que o Humanismo não é exclusivo da esquerda política.
Não podia deixar passar esta semana sem fazer referência ao dia de hoje, dia 1 de Fevereiro. Assinala-se os 99 anos do assassinato do Rei D. Carlos e do Príncipe Real D. Luís Filipe.Um dia que poucos relembram, mas que ficará para a História pela crueldade do regicídio e incompetência dos políticos e autoridades de então. E esta incompetência tornou-se crónica, pois continua a servir Portugal, assim como a falta de transparência que na altura pautou a investigação do crime.Na memória ficará um Rei culto que viveu um período político conturbado e por isso teve como consequência a sua morte e a do seu filho.
Leça da Palmeira, 1 de Fevereiro de 2007
Diogo Tomás
Estudante de Direito. Conselheiro Geral da Nova Democracia
in Democracia Liberal